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UM OLHAR SOBRE A ÉTICA

  • fbfariaeng
  • 9 de abr. de 2021
  • 5 min de leitura

Atualizado: 21 de abr. de 2021

Desde o início da regulamentação das diversas classes profissionais, vemos recebendo uma verdadeira enxurrada de “Códigos de Ética”, declarados pelas entidades responsáveis pelas respectivas classes profissionais. Afinal, do que se trata esta expressão tão largamente comentada, porém tão pouco aplicada?

Ética é uma ramificação da Deontologia, estudo do comportamento pessoal, das manifestações e deveres da nossa psique para com a sociedade. A Deontologia abraça desta forma, os conceitos de Ética e Moralidade. A ética por sua vez, trata do relacionamento no campo profissional, embora, em minha opinião, vem tratar exatamente da mesma coisa, já a moralidade trata do comportamento no universo social.

Ainda, segundo o dicionário Aurélio, o significado de ética é: “o estudo dos juízos de apreciação referente à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto”. Ou seja, a ética traduz um comportamento desejado, quando no ramo profissional, o respeito ao profissional pela sua postura, opinião, trabalho, conhecimento técnico, experiência, dentre outros aspectos mais.

Particularmente, vejo isso como um dos fatores mais importantes para o convívio em sociedade, seja ela pessoal ou profissional. Não faço aos outros o que não quero que façam à minha pessoa, mas creio que este dito popular, nunca deva ser usado em forma negativa, porém, do lado da ação positiva, assim teremos, “o tratamento que dispenso a outrem é exatamente o que espero à minha pessoa”.

Infelizmente, devo manifestar minha indignação quanto à maioria das pessoas e/ou profissionais da atualidade. Talvez, o ser humano esteja confundindo os conceitos de Lei da Sobrevivência, com a Falta de Respeito ao próximo, esteja ele no âmbito social ou profissional.

Em minhas palestras sobre temas motivacionais e marketing pessoal, costumo contar uma de minhas mais valorosas experiências no ramo profissional. Mais precisamente, digo que aprendi a ser ético, após estar envolvido em um fato que muitos podem enxergar como insignificante, porém, que, para mim, transformou de vez o meu futuro profissional.

Trata-se do respeito para com os demais profissionais, e, conforme sucedeu, somente após experimentarmos uma determinada situação, começamos a perceber que não somos donos da verdade, e a credibilidade aos mais experientes, sejam eles mais velhos ou mais novos do que nós, deva ser analisada com um pouco mais de propriedade.

Dentro das diversas instituições, presenciamos hoje inúmeras formas de “falta” de ética, profissional e pessoal. Alguns profissionais, cuja experiência pessoal e vivência no ramo específico, simplesmente são tratadas como “alienígenas”, seja por puro regionalismo, ou então, porque os “soberanos senhores do conhecimento” se recusam a aceitar que existe algo mais do que eles julgam conhecer profundamente, ou ainda de que o mundo evolua.

Outro fator que, lamentavelmente, abordo, é o da posição hierárquica, seja dentro de uma empresa, seja na estrutura de uma entidade de classe, seja onde for. Não é raro presenciarmos, ou até estarmos envolvidos em situações em que o volume de argumentos contra, se extinguem, dando lugar ao mais famoso dos diálogos unilaterais de que tenho conhecimento: “quem manda aqui sou eu e isso será realizado da forma como eu estou determinando”, principalmente, quando o lado hierarquicamente inferior, possui argumentos pra lá de convincentes, porém que estariam colocando em risco a tão promissora carreira de gestor do interpolador.

O fato de “brincar de chefe”, ao invés de liderar, somente vem acarretar em consequências desastrosas para a entidade e para o lado mais fraco. Enganam-se, porém, quando pensam que o lado mais fraco sempre seja o do profissional oprimido. Neste caso, considero perdedor, o próprio autor desta demanda de imbecilidades.

Raciocinemos. Em primeiro plano, e, segundo os conceitos de que conhecimento não ocupa lugar físico, quem estaria perdendo em uma disputa de territórios como essa? Seria o pobre profissional oprimido, o qual tenta desesperadamente demonstrar que perdas terríveis podem ocorrer, caso a postura do outro profissional, hierarquicamente superior, não seja modificada, ou o próprio opressor, do alto de sua insignificância, petulante e por que não dizer arrogante postura de detentor de todos os conhecimentos do universo?

Obviamente, temos a segunda alternativa como o máximo perdedor, além, notoriamente, da entidade à qual o destemido sapiente venha a “gerenciar”, “presidir” ou “dirigir”, conduzindo muitas vezes a um caminho sem volta, rumo ao fracasso e colapso total.

Diz um velho ditado popular, que Deus nos criou com dois aparelhos auditivos e somente um aparelho fonador. Será que isso significa algo? A ética se encaixa neste contexto como uma luva, pois o comportamento profissional de um líder é o de acreditar em sua equipe, fazendo com que a mesma siga seus passos, absorva seu modo de gerenciamento, eficaz, diga-se de passagem, além de proporcionar, segundo a experiência de cada integrante desta equipe, propostas de solução para a maioria dos problemas do dia-a-dia, tudo isso, sem a necessidade do líder se apresentar como “Chefe”!

Aliás, sob o meu ponto de vista, quem tem chefe é índio, eu, particularmente, procuro seguir aos líderes, com os quais aprendo, evoluo e desenvolvo o senso de organização, gerenciamento eficaz e consequentemente, consigo colaborar com ideias melhores, de forma compromissada e, efetivamente, conseguindo resultados voltados ao global, não ao próprio umbigo!!! Digo sempre, uma equipe não se faz com apenas uma pessoa, afinal, além de não vivermos em uma ilha, isolados, já somos, há muito, domesticados.

Ética não é obrigatória, assim como não é obrigatório o ato de se alimentar ou até mesmo de respirar! Trata-se de uma questão de opção pessoal, se quero estar presente no jogo da vida, deixar minha marca, POSITIVA, no mundo, ser lembrado e respeitado como alguém importante para o mundo, e crê que a melhor opção seja a de ser um profissional, seguidor fiel dos conceitos de ética e moralidade. Tratar bem ao próximo, nos dias atuais, significa maiores chances de sobrevivência.

Dizer que a vida é difícil, ou o mercado está saturado e não posso tratar aos meus concorrentes com o devido respeito ou até dentro dos mais conhecidos e básicos padrões de ética, pois casos contrários serão engolidos por eles, pelo meu ponto de vista, é a mesma coisa que assinar o atestado de ignorância plena, fracasso total, insegurança aguda.

Resumindo, peça a sua aposentadoria e faça o favor de morrer logo, pois o mundo necessita dos entusiastas e não dos pessimistas ou otimistas. Compre uma ilha e vá viver por lá, com certeza não haverá riscos de encontrar pássaros com inteligência direta superiores à sua, a não ser que nesta ilha existam alguns macacos. Mas caso isso ocorra, tente uma ilha vizinha, quem sabe.

Chega de mediocridade, abaixo os “chefes”, sigamos aos LÍDERES. A dificuldade não está no fato da ética nos rodear em nosso dia-a-dia, a dificuldade está no fato de que, enquanto profissionais, existe algo que ainda está se sobrepondo à ética, e a isso classifico de incompetência moral, que se apoia na política hierárquica, na falsa valoração do cargo e na falsa imagem da posição pública para se tentar fazer com que estes profissionais sejam aceitos pela imposição, e não pelo exemplo, ou pela sua ÉTICA.


Fábio Bedini de Faria

Consultor





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